Chuva... lave a minha dor, leve embora a minha tristeza. Não são Elis e Tom falando sobre o poder curativo destas águas a cair do céu, é a Madonna na balada de 1992 sobre estes amores que são como a chuva. Pureza, força e renovação, são infinitos os significados da água, como complexo também é neste nosso mundo onde pouca coisa é preto no branco e tudo se mistura em nuances de cinza sem fim.
E falando nas cinzas, renascidos delas como fênix, esperamos elas fecharem o verão, aqui período de calor cada vez mais extremo e aguaceiros sem fim. As águas a subir sem controle carregando tudo e todos em seu caminho. Os vendavais que arrancam árvores e o granizo do tamanho de grãos de pipoca: muitas vezes os temporais de verão são tão extremos quanto esta cidade.
É muito bom se ver a chuva cair quando se tem um teto seguro livre de ser arrasado por ela e uma xícara de algo quente para tomar enquanto se pode vê-la cair da janela. Experiência bem diferente se tem quando há um morro por desabar ou um rio inevitavelmente irá subir depois de algumas trovoadas. Os primeiros sempre desabam, os outros sempre sobem e no noticiário nos acostumamos a ver todo ano as águas que não deveriam levar vidas e sonhos. Elas são também o descaso, a tragédia, o fim. Os rios privados de liberdade e vida.
Neste meu pequeno lugar de sempre procurar enxergar beleza em coisas por vezes nem tão belas assim, escolho enxergar nelas a mudança que todos nós precisamos. Um tempo mais ameno, menos intempéries e mais concretização de todas aquelas promessas firmadas lá no nem tão distante começo do ano. Renovações nem sempre são fáceis, mas são necessárias. Dizer adeus também não. Enxergar um dia de sol em meio ao temporal, menos ainda. Mas tudo passa. E sempre há um momento ensolarado por vir.
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