O empresário Saul Klein, filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, já falecido, foi condenado pela Justiça do Trabalho a pagar R$ 30 milhões por explorar sexualmente adolescentes e mulheres e sujeitá-las a trabalhos análogos à escravidão. De acordo com o Ministério Público do Trabalho, a condenação é a maior por tráfico de pessoas de todo o país, e a segunda maior por dano moral coletivo pela prática de trabalho análogo ao escravo.
A indenização será distribuída entre três instituições sem fins lucrativos. A Justiça também impôs a multa de R$ 100 mil para cada vez que houver descumprimento, sendo o valor passível de aumento. O Conselho Regional de Medicina de São Paulo e o Ministério Público de São Paulo ficam obrigados a tomar providências para que se descubra se os médicos, principalmente ginecologistas, que realizaram atendimentos às vítimas no sítio de Klein, onde elas permaneciam e apresentavam doenças como o HPV, cometeram alguma infração ética ou legal.
Saul Klein foi acusado de atrair as vítimas com falsas promessas de trabalho. No caso das jovens com idade entre 16 e 21 anos, ele prometia ajudá-las a construir carreiras de modelo. De acordo com o MPT, "após o aliciamento, as mulheres e as adolescentes eram inseridas em um criminoso esquema de exploração no sítio do empresário, sendo obrigadas a manter relações sexuais com o réu durante dias, sob forte violência psicológica e vigilância armada". Além da restrição de liberdade, as vítimas sofreram contaminações por infecções sexualmente transmissíveis.
Segundo o MPT, reportagens da Agência Pública, em abril de 2021, e do programa Fantástico, da TV Globo, serviram de base para a abertura do processo contra Klein, além da mobilização da organização não governamental Justiceiras. Saul Klein chegou a disputar eleições em 2020, pelo PSD. Ele concorreu ao cargo de vice-prefeito de São Caetano do Sul-SP, e declarou patrimônio de mais de R$ 61 milhões.
*Fonte: Agência Brasil
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